quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tempo, tempo, mano velho...




Eu não pensei que fosse tão nostálgico. Eu sempre pensei que partes da minha vida tinham sido terríveis o suficiente para nunca mais serem revividas. Ledo engano. Se eu pudesse voltar só uma hora nos 16 ou 17 tenho certeza que brigadeiros, risos e choros estariam presentes. Angústia? Claro que sim. Felicidade nunca foi a cara da adolescência e a adolescência nunca me pareceu bela. Mas essa saudade é inexplicável. Melhores amigos que já não falo mais, músicas que já não canto mais, doces que já não vendo mais, pagamentos que não receberei mais... Sabores que não voltam.

Apesar de tudo parecer tão triste, eu sorria. E sorria naturalmente, daqueles risos de doer a barriga, sabe? Cuxás cantados em caronas e Rita Ribeiro fazia nossa festa na pista. Ah, também tinha o sururu que, mesmo nunca tendo provado, era tão saboroso. Sabor de geladinho e um ‘qué de quê, meu fio?’, de salgadinho com plástico, papel, vidros... Sabor até de furtos de livros e guardanapos, olha só.

Antes o de dezessete. Agora eu tenho os meus de dezessete, que eu queria muito que eles não acordassem para o que vem, que ficassem assim sorrindo, cantando, ouvindo músicas tristes e achando que um dia o que eles sentem vai passar. É que quanto mais o tempo passa, só o incerto nos sobra.