segunda-feira, 31 de outubro de 2011

E quem disse que pedalinho é iatísmo?



Dizer que fulano é jogador de futebol e vem de origem pobre, que cicrano é corredor e vem de origem pobre e que é lutador de box e vem de origem pobre é tão redundante quanto essa frase. Eu quero ouvir dizer que um corredor de Fórmula 1 é de origem pobre, que um lutador de esgrima é de origem pobre, que um montador de hipismo é de origem pobre... Ai sim não vai soar tão redundante.

Para jogar futebol, por exemplo, não é preciso quase nada. Os guris pegam qualquer coisa que veem pela frente e saem chutando. Pode ser papel, meia, latas, animais que encontram na rua, enfim, não é preciso gastar dinheiro. Chuteira é artigo de luxo, então essa história de dizer que jogava com os pés descalços no início da carreira também não cola mais. Ah, o mesmo vale para corredores. Boxe, então, nem se fala, pois nem é preciso ter lugar específico para treinar. Basta ter uma festa qualquer, meu filho, que já está tamanho.

Agora, vamos aos esportes que exigem mais que cinquenta centavos. Como um motorista de Fórmula 1 pobre vai treinar? Carrinho de rolimã? Galinhota (carrinho de mão)? Esgrima então, meu filho, é jogo mortal, pois é na base faca ou do canivete. Hipismo, então, nem comento. Ou tá pensando que é só pegar qualquer jegue que encontrar e sair pulando cerca?

Sendo assim, não é preciso ficar mostrando a casa desses atletas, o que eles comiam e se estudavam em escola pública (ou não estudavam) porque isso a gente percebe pelo esporte que praticam.