segunda-feira, 31 de outubro de 2011

E quem disse que pedalinho é iatísmo?



Dizer que fulano é jogador de futebol e vem de origem pobre, que cicrano é corredor e vem de origem pobre e que é lutador de box e vem de origem pobre é tão redundante quanto essa frase. Eu quero ouvir dizer que um corredor de Fórmula 1 é de origem pobre, que um lutador de esgrima é de origem pobre, que um montador de hipismo é de origem pobre... Ai sim não vai soar tão redundante.

Para jogar futebol, por exemplo, não é preciso quase nada. Os guris pegam qualquer coisa que veem pela frente e saem chutando. Pode ser papel, meia, latas, animais que encontram na rua, enfim, não é preciso gastar dinheiro. Chuteira é artigo de luxo, então essa história de dizer que jogava com os pés descalços no início da carreira também não cola mais. Ah, o mesmo vale para corredores. Boxe, então, nem se fala, pois nem é preciso ter lugar específico para treinar. Basta ter uma festa qualquer, meu filho, que já está tamanho.

Agora, vamos aos esportes que exigem mais que cinquenta centavos. Como um motorista de Fórmula 1 pobre vai treinar? Carrinho de rolimã? Galinhota (carrinho de mão)? Esgrima então, meu filho, é jogo mortal, pois é na base faca ou do canivete. Hipismo, então, nem comento. Ou tá pensando que é só pegar qualquer jegue que encontrar e sair pulando cerca?

Sendo assim, não é preciso ficar mostrando a casa desses atletas, o que eles comiam e se estudavam em escola pública (ou não estudavam) porque isso a gente percebe pelo esporte que praticam.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tempo, tempo, mano velho...




Eu não pensei que fosse tão nostálgico. Eu sempre pensei que partes da minha vida tinham sido terríveis o suficiente para nunca mais serem revividas. Ledo engano. Se eu pudesse voltar só uma hora nos 16 ou 17 tenho certeza que brigadeiros, risos e choros estariam presentes. Angústia? Claro que sim. Felicidade nunca foi a cara da adolescência e a adolescência nunca me pareceu bela. Mas essa saudade é inexplicável. Melhores amigos que já não falo mais, músicas que já não canto mais, doces que já não vendo mais, pagamentos que não receberei mais... Sabores que não voltam.

Apesar de tudo parecer tão triste, eu sorria. E sorria naturalmente, daqueles risos de doer a barriga, sabe? Cuxás cantados em caronas e Rita Ribeiro fazia nossa festa na pista. Ah, também tinha o sururu que, mesmo nunca tendo provado, era tão saboroso. Sabor de geladinho e um ‘qué de quê, meu fio?’, de salgadinho com plástico, papel, vidros... Sabor até de furtos de livros e guardanapos, olha só.

Antes o de dezessete. Agora eu tenho os meus de dezessete, que eu queria muito que eles não acordassem para o que vem, que ficassem assim sorrindo, cantando, ouvindo músicas tristes e achando que um dia o que eles sentem vai passar. É que quanto mais o tempo passa, só o incerto nos sobra.
 

domingo, 3 de julho de 2011

Ouvidos, dar ou não dar?



   A arte que tanto admiro infelizmente é tão ignorada. Ela que tanto tento fazer com destreza, acreditando falhar algumas vezes e suceder em outras, hoje já não é vista com tanto prestígio. Ela, tão insignificante no seu existir, faz quem a pratique também insignificante.
   Todos dizem que fulano tem o dom de falar e beltrano tem o dom da escrita... E ouvir? Já parou pra pensar nisso? Você se considera um bom ouvinte? Melhor, você é um bom ouvinte? Se considerar um bom ouvinte é muito fácil, mas, na prática, a coisa não é tão fácil assim. Ser receptivo às palavras se tornou uma tarefa tão árdua para as pessoas que posso perceber pessoas cada vez mais caladas. (That’s me, baby).
   Pessoas se intrometendo na sua fala, ah, isso eu já presenciei e fui vítima muitas vezes. Soa tão “tá, não quero te ouvir” ou apenas falta de educação mesmo, sabe. Pior ainda é o ouvinte que insiste em tornar tudo para si mesmo, com um “eu, por exemplo, faço isso...” “eu, por exemplo, nunca faria isso...” entrando numa questão que eu definitivamente não quero saber. Não é que não me interesse pelo que se passa na vida alheia, mas quando falo, acredito ser o foco. Custa parar um pouco pra ouvir? Você não precisa ser um psicólogo/psicóloga no momento da conversa (ok, Carmem, você pode :]) fazendo análises do ocorrido ou coisas do tipo. Na maioria das vezes, nós só precisamos falar e de alguém pra ouvir, ou seja, de um artigo de luxo.
    Eu ainda cometo falhas nisso, mas tento me corrigir sempre. Tento fazer comentários breves sobre o assunto em questão, olhar para a pessoa e não colocar um ‘eu’ a todo o momento. Mas achar alguém assim é realmente difícil. É ai quando começo a falar sozinho, e se caso eu não estiver me ouvindo eu grito: EU TÔ FALANDO, PORRA

Por aqui, por ali.


É, sumi por um tempo. Ser mal-amado é passar por altos e baixos e estive num baixo que não despertou vontade de escrever. Até tentei algumas vezes, mas não cheguei a postar aqui. Não foi pensando na qualidade da escrita, pois aqui é o lugar que eu coloco meus lixinhos mesmo. Mas vou voltar a escrever. Estou mais dotado de tempo e ânimo, por assim dizer. ;)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Out in the real world you're wating...

Uma amiga minha, bem alto-astral como eu, me mandou essa música.

Mas a letra não me deixou triste, mas sim esperançoso.

Cansado

Composição : Alex Sant'Anna e Márcio André

Eu tô cansado, sem combustível
Eu tô sensível
Tô suscetível ao meu estado
Ao meu desgaste
Eu pago o preço do combustível
Eu pago o preço de ser sensível
Ser suscetível ao meu cansaço
De ser sensível
Ser suscetível ao meu cansaço

quinta-feira, 17 de março de 2011

Fogo, guerra e uó!


Não consigo entender muito bem qual é o ponto dessas bandas de heavy metal. Enfim, qual o intuito de repetir tanto as palavras ‘fire’, ‘war’, ‘fight’(fogo, guerra, luta) entre outras palavras como martelo e machado nas letras das músicas? Tá, o nome é “heavy metal”, mas é mesmo necessário explicar o tempo nas músicas com esse riquíssimo vocabulário? Tipo, qual o contexto? Até as dores de corno de alguéns forrós xumbregas ouvidos por ai são mais aceitáveis.


Outra coisa que irrita legal sãos solos ‘bem elaborados’ das guitarras. Os guitarristas parecem sobrenaturais (não entendam como elogio) fazendo aqueles sons (?). Mal dá pra diferenciar um do outro. O tecladinho de fundo também é um detalhe interessante a destacar, pois, êita coisinha chata de se ouvir. Algumas bandas eu começo a ouvir achando a batida até interessando, mas aí vem ele...

O visual dos cantores então, nossa... Tem que rolar a calça de gay reprimido e fazer cara feia porque heavy metal é coisa de macho. A voz dos cantores é outro quesito a analisar, já que são muito diversificadas, cada uma com sua singularidade (não!). Fico até imaginando um duelo entre um desses cantores e o Zezé de Camargo. E também cansei de ouvir dizer que não é heavy metal, mas sim, power metal, trash metal (um ‘trash’ com ‘t’ maiúsculo), progressive metal entre outras coisas metal mais.

São todas as bandas assim? Não, definitivamente não. Ainda existem algumas bandas com espirito musical, com cantores, letras e todo um conjunto legal. Mas a maioria fica nessa coisa de ‘macho mal-humorado gritando pra todo mundo ouvir’. Só peço uma coisa: calem a boca!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Nas paradas da irritação Nº1



Essa aqui meus amigos já estão cansados de saber que está no top irritações. Uma musiquinha comemorativa que, no meu caso, só faz pior o dia que já não é, geralmente, muito agradável. Sim, é ela: Parabéns pra você! Qualquer festinha de aniversário está feliz demais com toda aquela comida legal que uma festa de criança pode ter e até mesmo as músicas (saudade de quando tocava o Xou da Xuxa 1,2,3,4... E o Trem da Alegria nas festinhas). Mas alguém tem que estragar a noite com a frase irritantemente tradicional: “Vamos cantar os Parabéns!”.

Nem adultos nem crianças conseguem ficar confortáveis nessa terrível hora do seu aniversário. Não é atoa que as crianças geralmente choram nessa hora, contrariando a torcida dos pais para que elas saiam sorrindo nas fotos e consigam apagar a vela (Rá! Quase nunca a torcida da certo). Os adultos então, meu deus, ficam com aquela cara de “socorro, me tirem daqui” que é impagável. Nunca sabem se batem palma também, se sorriem, se choram, se pegam o bolo e saem correndo... Enfim, um momento completamente desconfortável. 

Pra piorar a situação, eu tenho certeza que o Brasil tem o maior ‘Parabéns Pra Você’ do mundo! A música é tão grande que eu tenho certeza que quando a pessoa acaba de cantar, já está se sentindo mais velha. Gente, o ‘Happy Birthday To You’ É tão curtinho e passa a mesma mensagem, mas brasileiro adora uma farra e até no ‘Parabéns’ tem que ser exagerado. Não é apenas uma música, mas sim, um pout-porri; Parabéns pra você/Que Deus lhe dê.../Chegou a hora.../É pic.../Parabéns da Xuxa/Essa pessoa/família/casa será abençoada/Com quem será/A chuva cai, a rua inunda, Fulano eu vou comer seu... Bolo.

Mas como não basta a música ser apenas gigante e irritante, tem que rolar os engraçadinhos que repetem a adorável música várias vezes. Doido... Joga logo uma dúzia de ovos na minha cabeça e resolve isso logo, vai.